1 INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio parte da
compreensão de que o propósito da escola é que as crianças obtenham os
conhecimentos produzidos pela humanidade, ampliem as possibilidades para
operá-los, transformá-los e redirecioná-los tendo como meta alocar os avanços
da civilização a serviço da humanização da sociedade. Diante disso, o projeto
político pedagógico brota da construção coletiva da Educação Escolar. Ele é a
tradução maior da organização pedagógica que a escola faz de suas finalidades,
a partir das necessidades que lhes estão colocadas diante de recursos humanos e
materiais. O projeto político pedagógico ganha coerência e estabilidade à
medida que apresenta a realidade na qual se insere, destacando como são
organizadas as práticas para trabalhar com sujeitos atenderão, pois seu enfoque
é o eixo principal da organização das práticas pedagógicas que serão adotadas
pelo educador.
No ensino da Educação Infantil, as
instituições se aparelham de forma incisiva com a necessidade social que está
culturalmente descrita. No âmbito do currículo, há a significação de como se
dará a organização do trabalho pedagógico como explicitação do fazer da escola
e do professor, mostrando que sucedem ações ordenadas e amparadas por uma
filosofia educacional. E é neste sentido que o professor desempenha papel
fundamental, visto que ele organizará o dia a dia das vivências que as crianças
terão acesso na Educação Infantil, e bem como os procedimentos que as levarão a atingir maiores níveis de desenvolvimento
O relatório de Educação Infantil será
realizado na Escola Municipal Ana Junqueira Ferraz em uma turma de crianças que
tem quatro anos de idade (pré I). O
estágio de Educação Infantil está relacionado às ações que envolvem a Docência
com o objetivo de observar e analisar o processo de ensino com crianças desta
faixa etária. É importante conhecer as especificidades do trabalho pedagógico
na Educação Infantil, observar, planejar ações a serem desenvolvidas com as
crianças e é importante também refletir sobre a prática pedagógica observada
podendo assim gerar problematizações constituindo-se em instrumento de
iniciação à pesquisa e ao ensino. A realização do estágio representa uma
investigação da realidade. No relatório de estágio será abordado a
caracterização do contexto estagiado, a caracterização da escola, a
caracterização da turma estagiada, a concepção pedagógica da instituição, a
descrição e análise reflexiva das atividades de estágio Educação Infantil, o
processo de observação do espaço, das instalações e dos equipamentos. A prática
educativa: rotina; A prática educativa: aulas. A prática educativa: materiais,
espaços, tempo e adaptação, e também um plano de estágio, e por fim as
considerações finais.
2
CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO ESTAGIADO
2. 1 Caracterização da escola
A escola Municipal Ana Junqueira Ferraz
fica situada na Rodovia Itajubá Maria da Fé - km 10, no bairro Ano Bom na
cidade de Itajubá e se localiza na zona rural.
A Escola Municipal Ana Junqueira Ferraz
foi criada pela Lei nº. 53 de 27 de agosto de 1943, regularizada pela portaria
GAB 11/80 da SEE e resolução 215 do CEE de 18 de Maço de 1976.
O terreno foi doado pelo Sr. Décio
Junqueira Ferraz e sua esposa Mirtes Goulart Ferraz à prefeitura Municipal,
representada pelo Exmo. Sr. Ambrósio Pinto. A área do terreno é de 4860,84 m
quadrados, situado no espaço denominado Ano Bom, município de Itajubá - MG.
A construção da escola teve inicio em
15/01/71, através de um convênio entre a Prefeitura e o Sr. Décio Ferraz.
A equipe pedagógica é constituída por :
Coordenadora da escola Fabiana Tótora Cortez Morais e uma Especialista em
educação Aparecida Celis B. S. Amaral
A escola funciona no horário das seis
horas e trinta minutos às dezessete horas e trinta minutos. Os níveis de ensino
que a escola atende :
Educação Infantil: Primeiro período 4
anos, segundo período 5 anos
Ensino fundamental: primeiro ano do
primeiro ciclo, segundo ano do segundo ciclo, terceiro ano do terceiro ciclo,
quarto ano do quarto ciclo, quinto ano do quinto ciclo.
O nível de retenção de alunos é pequeno e
a evasão é praticamente inexistente, há grande empenho dos professores,
especialista em educação e direção em buscar alternativas para sanar as
dificuldades dos alunos, oferecendo a recuperação paralela a todos que
apresentam dificuldades de aprendizagem ou defasagem devido a diferente
organização do conteúdo em instituições
de outras localidades, quando esses alunos vêm transferidos de outras
instituições. Os alunos que necessitam de atendimento especializado são
encaminhados para avaliação médica, psicológica, fonaudiológica ou psicopedagógica.
Os ex-alunos da escola também são atendidos na mesma para executarem pesquisas
e trabalhos em nossa biblioteca. Alguns pais, membros da associação de bairro e
outros moradores são colaboradores em atividades promovidas pela escola,
projetos, festas e comemorações. Os professores são responsáveis, dedicados,
buscam orientação junto a supervisão e em outras fontes para que possam
aperfeiçoar o atendimento aos alunos.
A escola desenvolve vários projetos com o
objetivo de levar os alunos a formar habilidades e competências essenciais para
a sua formação integral. A escola atende no período matutino e vespertino, as
aulas de Educação Física acontecem às terças e quintas-feiras nos dois
períodos, as aulas de canto coral acontecem às segundas- feiras no período
matutino e a Especialista em Educação atende a escola as terças, quintas e
sextas em períodos alternados
2.2
Caracterização da turma estagiada
Formação da professora regente da turma:
Curso Normal Superior.
Tempo: 20 anos como docente.
Experiência como docente na turma
estagiada: 2 meses.
A sala possui 24 alunos de quatro anos de
idade.
Os alunos na sua maioria são filhos de
agricultores, outros filhos de operários de indústrias, funcionários de estabelecimentos
comerciais, empregadas domésticas na cidade de Itajubá.
Para a professora a criança e o aluno são
seres ativos, cidadãos em formação.
3 CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DA
INSTITUIÇÃO
3.1 Concepção de instituição de Educação Infantil
A instituição de educação infantil é um
espaço de cuidado e educação, organizado e planejado para atender crianças de 0
a 6 anos.
O papel da instituição é ajudar a criança
a ser inserida na cultura, compartilhando com a família responsabilidade pela
formação humana de seus filhos. Assumir essa nova dimensão das creches e
pré-escolas é promover os cuidados necessários a preservação da vida,
contribuindo efetivamente para o aprendizado do auto cuidado, ligado as
necessidades básicas de alimentação, sono, higiene, saúde.
Esse aprendizado se estende até o
conhecimento das leis mais gerais que regem a natureza e a cultura, passando
essencialmente pelo aprendizado do brincar, exercitado cotidianamente nos jogos
de faz- de- conta, que possibilitam a ela a compreensão e a transformação dos
demais aspectos.
É papel das instituições de Educação
Infantil desenvolver todas as demais formas de linguagem, fazendo a mediação
entre a criança e a cultura e
possibilitando seu acesso às fontes de conhecimento.
3.2 Concepção de criança
Há uma interação entre os aspectos da
natureza e da cultura e que, nessa interação, vão se constituindo as
especificidades do ser criança numa determinada sociedade. Acriança de 0 a 6
anos vive um período evolutivo fundamental, uma vez que seu cérebro apresenta
uma grande plasticidade, determinando uma imensa possibilidade de aprender,
maior do que em qualquer outro momento de sua vida. A criança é considerada
como sujeito e as relações que com ela estabelecemos devem considerar os
desejos, as opiniões, a capacidade de decidir, as maneiras de pensar, de se
expressar e as formas de compreender o mundo são construídas historicamente na
cultura do meio social em que vive.
A criança constrói uma história pessoal,
que vai se fazendo na cultura familiar e que se define em função da classe
social que sua família ocupa, do espaço geográfico que habita, da cor de sua
pele, do sexo a que pertence, das especificidades de seu desenvolvimento e das
vivencias socioculturais que, em função desses fatores, lhe são oportunizadas.
A criança pode ser entendida como um ser que é capaz de construir sua
identidade e sua cultura, um ser social.
3.3
O Papel do professor
Conhecer o processo de desenvolvimento
das crianças com as quais trabalhamos, desafiando-as e intervindo na sua zona
de desenvolvimento proximal, são processos que favorecerem as diversas
interações entre as crianças e delas com os adultos, dentro e fora da
instituição, propiciando avanços que não ocorreriam espontaneamente.
3.4
O Papel social da escola adotadas pela instituição estagiada
É papel das instituições de Educação
Infantil desenvolver todas as demais formas de linguagem, fazendo a mediação
entre a criança e a cultura e possibilitando seu acesso as fontes de
conhecimento. A creches e pré-escolas devem desempenhar um papel fundamental
para possibilitar o desenvolvimento/aprendizagem das crianças. Precisam para
tanto, conhecer as crianças concretas que vem para essas instituições, isto é,
conhecer os saberes, valores e práticas nos quais elas estão se constituindo,
bem como conhecer as especificidades e necessidades dessa faixa etária levando
em conta esses conhecimentos na organização de suas propostas pedagógicas.
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE REFLEXIVA
DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO EDUCAÇÃO INFANTIL
4.1 Do espaço, das instalações e dos
equipamentos
A escola possui uma área de aproximadamente 1200 m com:
• Quadra coberta;
• Um parquinho;
• Uma cozinha;
• Um refeitório;
• Uma dispensa;
• Um depósito de materiais de limpeza e
manutenção;
• Um pátio coberto;
• Seis salas de aulas;
• Uma biblioteca;
• Uma sala de professores;
• Um banheiro masculino e um feminino para
uso dos alunos;
• Um banheiro para uso dos professores;
• Uma secretaria/diretoria com computadores
(para uso da secretaria), uma máquina de
xérox e duas impressoras.
4.2 A prática educativa: rotina
As crianças do pré entram na sala de aula
às doze horas e trinta minutos, e a saída é as dezessete horas às treze e
quarenta e cinco minutos vão para o lanche. Após o lanche tem o recreio de meia
hora isto é: quinze minutos para lanchar e quinze minutos para brincar. a
segunda feira as crianças brincam na quadra no horário das quatorze horas e
trinta minutos às quinze horas e trinta minutos , na terça feira o horário das
doze horas e trinta minutos às treze horas e trinta minutos as crianças tem
educação física, na quarta feira no horário das dezesseis horas às dezessete
horas as crianças vão brincar no parquinho, na quinta feira no horário das doze
horas e trinta minutos às treze horas e trinta minutos as crianças tem educação
física e na sexta feira no horário das quatorze horas e trinta minutos às quinze
horas e trinta minutos as crianças assistem DVD
4.3 A prática educativa: aulas
Quinta feira: dia 26 de novembro de 2009
no horário das 15 h às 17 horas, a
professora passou uma atividade com a letra U, distribuiu uma folha
mimeografada com o desenho de um cacho de uva e pediu para as crianças
recortassem das revistas a letra U. Em seguida, solicitou as crianças que
colassem a letra U em cada gomo do cacho
de uva e depois colorir.
Sexta feira: dia 27 de novembro de 2009,
das 14 às 17 horas, a professora passou uma atividade envolvendo colagem, para
colorir e recortar um quebra cabeça. Percebemos que a maioria dos alunos possui
uma boa coordenação motora, mas são muito dependentes da professora para
realizar as tarefas. Depois ela distribuiu uma folha mimeografada com o desenho
de um urso para ligar os pontinhos, colorir e escrever a palavra urso. Todos
concluíram essas atividades com sucesso. Depois de realizar as atividades a ajudante do dia auxiliou a professora na
organização da sala de aula. Colocaram
uma música para que as crianças pudessem relaxar e colou no caderno de recados
a tarefa: trazer gravuras com a letra I.
Segunda feira: dia 30 de novembro de
2009, das 12 h e 30 minutos às quatorze horas e trinta minutos, a professora
fez a chamada usando a ficha com o nome. Depois, juntamente com as crianças
organizou o calendário. Contou a história do sapo e deu folha em branco para o
desenho livre. Fez um cartaz com gravuras da letra I, que as crianças trouxeram
de casa. Deu folha mimeografada da borboletinha para colorir e recortar de
revistas gravuras de paisagens.
Terça feira: dia 01 de dezembro de 2009,
das 15 h às 17 dezessete horas, a
professora fez uma roda com as crianças para brincar de passar o anel, foi
muito divertido. Finalizando o dia, distribuiu para as crianças brinquedos para
montar.
Quarta feira: dia 02 de dezembro de 2009,
das 15 às 17 horas, a professora contou a história do palhaçinho. Desenhou o pé
de cada criança e colou na folha de sulfite. Depois distribuiu uma folha
mimeografada do palhaçinho para as
crianças colorir de lápis de cor ou giz de cera. Fez estrelinhas com papel
laminado para as crianças colarem ao lado do palhaçinho depois de colorido.
Quinta feira: dia 03 de dezembro de 2009,
das 15 h e trinta minutos às 17 horas, a professora deu uma atividade
envolvendo pintura colagem e textura
para desenvolver a coordenação motora das crianças, ela usou uma folha
mimeografada com o desenho de um pirulito e pediu que as crianças usassem cola
colorida e colassem lã em volta do circulo e também colassem um palito de
picolé formando o cabo do pirulito. Brincou de corre cutia na quadra.
Sexta feira: dia 04 de dezembro de 2009,
das 15 h e 30 minutos às 17, a professora colocou DVD com o filme da branca de
neve para as crianças assistirem.
Segunda feira: dia 07 de dezembro de
2009, das 15 às 17 horas, a professora colocou a música “Boi da cara preta”,
depois deu uma folha mimeografada de um rosto de menina faltando algumas partes
do rosto, então ela pediu que as crianças completassem o rosto fazendo o
desenho dos olhos, boca nariz etc. Recortar de revista um rosto de menina e
colar na moldura (em uma folha de sufite).
Terça feira: dia 08 de dezembro de 2009,
das 16 às 17 horas, a professora deixou as crianças brincarem com jogos de
montar.
4.4 A prática educativa:
materiais, espaços, tempo e adaptação
A Escola é mantida pela Prefeitura
Municipal de Itajubá, que fornece todo o material necessário para o funcionamento
da instituição.
A escola também recebe recurso financeiro
do FNDE/PDDE que é destinado à compra de materiais, priorizados pela escola e
aprovado pelos membros representantes da Associação de Pais e Mestre/Caixa
Escolar.
Esse recurso pode ser aplicado na
aquisição de materiais permanentes e de consumo, equipamentos que serão
utilizados no trabalho desenvolvido pela instituição.
5 PLANO DE ESTÁGIO
Data: 30 de novembro de 2009
Objetivos:
* Desenvolver a coordenação
motora grossa e fina
*Familiarizar-se com a escrita
*Manipular objetos, brinquedos,
descobrindo características como
Tamanho, espessura, cor, etc..
*Conhecer o próprio corpo;
Atividades de rotina:
*Acolhida
*Calendário
*Chamada
*Quantos somos?
*Agenda do dia
*Roda da conversa
*Roda da história
*Desenho livre
Linguagem oral e escrita:
*Trabalho com a música “Dona
Aranha.”
*Letra A.
*Colagem com barbante.
*Pintura com giz de cera.
Matemática:
*Trabalho de classificação e
seriação com os blocos lógicos
*Formar grupos de alunos com
tênis, usa óculos, bermuda, etc. E pediiu que os alunos descubram o critério
usado
Ciências:
*Esquema corporal: ”Banho
imaginário”.
*Cantar a música “Boneco de
Lata”.
Brincar
Para que as crianças possam exercer sua
capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas
experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas
às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção
direta. Para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata
de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da
brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da
realidade.
Toda brincadeira é uma imitação
transformada, no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente
vivenciada. No ato de brincar, os sinais, gestos, os objetos e os espaços valem
e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças
recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão
brincando. O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel
que assumem enquanto brincam. A brincadeira favorece a auto-estima das crianças
auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa.
Brincar contribui, para interiorização de determinados modelos de adulto, no
âmbito de grupos sociais diversos.
Nas brincadeiras, as crianças transformam
os conhecimentos que já possuem anteriormente em conceitos gerais com os quais
brinca. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou algo conhecido, de
uma experiência vivida na família ou em outros ambientes. É brincando que a
criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel
assumido, suas competências e as
relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e
generalizando para outras situações.Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras
imaginativas e criadas por elas mesmas, as crianças podem acionar seus
pensamentos para resolução de problemas que lhe são importantes e
significativos.
Propiciando a brincadeira, portanto,
cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar
uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos
conhecimentos e as referências.
6 CONSIDERAÇÃOES FINAIS
A instituição de educação infantil, é um
espaço de cuidado e educação, organizado
e planejado para atender crianças de 0 a 6 anos. Essa instituição, por ser
histórica, cultural e socialmente constituída, vem, ao longo de sua história,
modificando suas funções. No momento atual, em nosso país, ela é reconhecida
tanto nos documentos oficiais, como pela sociedade, e até mesmo pelo senso
comum, como necessária à formação da criança.
O processo de modernização da sociedade
ao mesmo tempo que propiciou muitos avanços, trouxe também, inúmeros problemas
para os assalariados no que se refere às suas condições de vida, tais como:
diminuição da oferta de emprego, comprometimento das relações familiares,
distância cada vez maior entre os locais de trabalho e moradia, tudo isso
distanciando os pais, cada vez mais da tarefa de educar seus filhos.
Para as crianças, da mesma forma que o
progresso trouxe o reconhecimento de alguns direitos, trouxe também grandes
perdas: a perda da rua como espaço
de interações sociais e de
brincadeiras, a violência que as isola e brutaliza, o afastamento cada vez maior dos pais, que, na maioria das vezes, só
usam o espaço doméstico para dormir, na tentativa de repor as suas energias
para a próxima jornada de trabalho, e a entrada definitiva da televisão como o
instrumento de pedagogia cultural mais eficiente na sua formação.
O papel dessa instituição, nesse contexto,
passa a ser determinante, ajudando a criança a se inserir na cultura,
compartilhando com a família a responsabilidade pela formação humana de seus
filhos. Assumir essa nova dimensão das creches e pré- escolas é promover os
cuidados necessários a preservação da vida, contribuindo efetivamente para o
aprendizado do auto cuidado, ligado às necessidades básicas de alimentação,
sono, higiene, saúde. Esse aprendizado se estende até o conhecimento das leis
mais gerais que reagem a natureza e a cultura, passando essencialmente pelo
aprendizado do brincar, exercitado cotidianamente nos jogos de faz de conta,
que possibilitam a ela a compreensão e a
transformação dos demais aspectos.
Além disso, nesse processo, é papel das
instituições de Educação Infantil desenvolver todas as demais formas de
linguagem, fazendo a mediação entre a criança e a cultura e possibilitando seu
acesso às fontes de conhecimento. Os espaços educativos, como as creches e
pré-escolas podem desempenhar um papel fundamental para possibilitar o
desenvolvimento/aprendizagem das crianças. Precisam, para tanto, conhecer as
crianças concretas que vêm para essas instituições, isto é, conhecer os
saberes, valores e práticas nos quais elas estão se constituindo, bem como
conhecer as especificidades e necessidades dessa faixa etária, levando em conta
esses conhecimentos na organização de suas propostas pedagógicas.
A concepção de cuidado educação adotada
na educação infantil se apóia no reconhecimento de que para a criança se
desenvolver e aprender, em função da extrema dependência motora, afetiva e
cognitiva do ser humano e da sua gradativa possibilidade de autonomia, é
necessário que a pessoa que trabalha no seu processo de formação atue nas duas
direções, ou seja, atendendo às suas necessidades básicas e ao mesmo tempo
inserindo-as na cultura. Assim,
entende-se que, desde os primeiros meses de vida, nas ações cotidianas,
quando o professor dá banho, troca as fraldas, alimenta, coloca para dormir,
trata das dores e das manhas das crianças, vai imprimindo nelas uma forma de se
relacionar com o mundo e com as pessoas. Quando conversa com a criança, canta,
embala, mostra-lhe os objetos que a circundam, nomeia-os, brinca com eles,
ensinando-a a brincar e possibilitando que escolha o que deseja, está ensinando
a criança uma certa maneira de ver o mundo, dando sentido e significado a tudo
que está ao seu redor.Quando organiza o ambiente e os materiais para que
desenvolvam as atividades, quando respeita as necessidades de sono, higiene e
alimentação e atua no sentido de ensinar à criança o auto cuidado, com vistas à
construção da autonomia, o adulto está trabalhando com aspectos da vida social
indispensáveis à inserção cada vez maior da criança na cultura em que vive.
A perspectiva de cuidado e educação deve
estar presente no Projeto Político Pedagógico da IEI, permeando todas as ações
desenvolvidas. Trata-se de transformar essas ações em uma verdadeira filosofia,
que se concretiza no cotidiano, definindo e dando consistência ao trabalho. É
compromisso da IEI com as famílias e seu papel em relação as crianças: Cuidar e
educar para que se sintam seguras e
protegidas, cuidar e educar para que aprendam a respeitar o outro nas suas
diferenças,cuidar e educar para que se
apropriem, de forma crítica e autônoma, da linguagem, dos valores e costumes da
cultura em que estão inseridos, necessários à vida coletiva,cuidar e educar
para que construam sua identidade e autonomia, cuidar e educar para que se
sintam sempre desafiados e não percam a relação prazerosa com a busca de
compreensão do mundo, cuidar e educar para que se sintam bem felizes,cuidar e
educar para que as crianças se desenvolvam na sua integridade, tanto nos
aspectos cognitivos, quanto afetivos, físicos, sociais, éticos e estéticos, contribuindo
com sua formação.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, A. M. R. F. Por que e
para que uma Política de Formação do profissional da Educação Infantil? In:
MEC/SEF/COEDI, Por uma política de formação do profissional de Educação
Infantil. Brasília-DF, 1994 a.
BRASIL, MEC/SEF. Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil: introdução. v.1, Brasília, 1998.
BRASIL, MEC/SEF. Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil: formação pessoal e social. v.2. Brasília, 1998.
DELORS, J. e outros.(Comissão
Internacional sobre Educação para o século XXI): Educação: um tesouro a
descobrir. Portugal: UNESCO/ASA, 1996.
KRAMER, Sonia. Propostas
Pedagógicas e Curriculares: subsídios para uma leitura crítica. In: Educação e
Sociedade, Ano XVIII, n.60, dezembro, 1997.
KRAMER, Sonia. Currículo de
Educação Infantil e a Formação dos Profissionais de Creche e Pré-escola:
questões teóricas e polêmicas. In: MEC/SEF/COEDI. Por uma política de formação do profissional
de Educação Infantil. Brasília-DF, 1994.
Parabéns gostei muito do material que disponibilizou,pois muito me ajudou.Estou no inicio dessa fase de estagio supervisionado muito obrigada.
ResponderExcluirMaravilha! Muito rici o seu material vai me auxiliar muito
ResponderExcluirQue maravilha, estou nessa fase de estágio supervisionado e esse artigo me ajudou muito.
ResponderExcluirParabéns, ótimo material!
ResponderExcluirExcelente relatório. Está me ajudando muito neste momento.
ResponderExcluirObrigada ajuda muito
ResponderExcluirParabéns esclareceu minha mente
ResponderExcluiradorei!!ajudou a esclarecer muitas coisas que estava perdida.obrigada parabens pelo relatorio!!!
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