segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AUTORIDADE DO PROFESSOR


Ao longo da história da educação vimos que as práticas autoritárias estiveram presentes por muito tempo.
Os resquícios do militarismo internacional, as políticas na era do nazismo e do fascismo impuseram momentos de terror que não terminaram com a Segunda Guerra Mundial.
As práticas autoritárias, de imposição da ordem que fere o outro, permaneceram às escondidas por vários anos, principalmente no âmbito das instituições de ensino.
O uso da palmatória, a prática de colocar o aluno ajoelhado sobre grãos de milho e feijão e as orelhas de burro são grandes exemplos das práticas autoritárias.
Contudo, com o processo democrático, as conquistas da educação tomaram novas direções. O autoritarismo perdeu espaço para o diálogo, para as práticas docentes voltadas à boa formação do sujeito, para a aquisição de valores éticos e morais, para a construção do exercício da cidadania.
O professor deixou de ser o detentor do saber, o autoritário e poderoso que dava as instruções, que disseminava os conteúdos escolares, passando a ser o mediador do processo de ensino/aprendizagem, levando práticas inovadoras, pautadas na troca de conhecimentos.
Falar em autoestima é coisa da modernidade. Nas décadas anteriores ao período militar os estudantes sofriam as sanções do Estado, da família e da escola, eram tidos como anarquistas, baderneiros, aqueles que se voltavam contra os líderes. Com isso, não eram respeitados em suas ambições enquanto jovens, mas duramente criticados e punidos.
Com as mudanças no modelo educacional, a concepção construtivista e sociointeracionista colocadas em prática nas últimas décadas, a escola passou a ser o local onde o sujeito conquista sua identidade, deixa de ser filho do fulano, mas passa a ser um elemento importante para o grupo.
Além disso, essas mudanças sociais tornaram as práticas docentes mais produtivas, mais abertas e voltadas para os interesses dos alunos, da comunidade, pondo em prática discussões acerca de temas políticos, problemas da sociedade, meio ambiente, sexualidade, levando o professor a ser o grande instrutor das dinâmicas da sala.
As relações entre professor aluno ficaram abertas, onde cada um expõe as informações que trazem acerca dos temas abordados, fazendo-se do espaço da sala de aula o verdadeiro ambiente da circulação do conhecimento.
O professor não precisa mais gritar pelo silêncio ou castigar os indisciplinados. Pelo contrário, sua prática docente exerce as práticas dos bons valores morais, do respeito ao próximo, dos direitos e deveres a serem cumpridos. Conquista através da amizade e do diálogo um espaço que antes não existia na relação professor aluno, afastando a indisciplina, aproximando do saber.
E nada de pensar que o limite não faz parte desse processo. Pelo contrário, este deixou de aparecer pela lei do mais forte, passando a vir como forma de combinados entre o grupo, como regras a serem cumpridas e respeitadas, perdendo o seu caráter de imposição, que antes fazia os mais críticos não as aceitarem.
Hoje, obtêm-se bons resultados em razão do exercício da liberdade consciente, apontando que esta é a melhor forma de se atingir os objetivos do trabalho pedagógico. Com isso, mobiliza-se o grupo pelo desejo de vencer as etapas e conquistar o sucesso.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

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