EDUCAÇÃO INFANTIL: BRINCANDO
TAMBÉM SE APRENDE
Elzirene Ferreira dos Santos
Centro Universitário Leonardo da
Vinci- UNIASSELVI
PEDAGOGIA (PED 7861) Trabalho de
Graduação
25/0/511
RESUMO
Educação Infantil: Brincando
também se Aprende. A intenção com este estudo constitui-se em reconhecer as
atividades lúdicas na Educação Infantil como meio de ensino aprendizagem. Este
trabalho destaca a importância das atividades lúdicas para as crianças e a
necessidade de inserir o lúdico nas atividades cotidianas. A pesquisa mostra
ainda que criança é sinônimo de brincadeira, sendo essa a maneira de expressar
seus sentimentos. Por meio das brincadeiras, o professor tem possibilidade de
conhecer seus alunos, perceber suas necessidades e o nível de conhecimento. A
atividade lúdica propicia o desenvolvimento por completo da criança e,
utilizando-se delas, pressupõe-se regras, coordenação, atenção, percepção,
socialização, objetivo, flexibilidade, conhecimento, cooperação. Assim, o
lúdico se torna indispensável, e deve ser explorado com mais freqüência,
contribuindo para que o ensino e a aprendizagem aconteçam de maneira natural e
mais prazerosa.
Palavras- chave: Educação
Infantil. Lúdico. Ensino-Aprendizagem
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho visa relatar os dados obtidos
através da realização de uma pesquisa sobre o tema: Educação Infantil:
Brincando também se aprende, que foi realizada em forma de pesquisa
bibliográfica, com o objetivo de coletar dados a respeito da importância do
lúdico como facilitador da aprendizagem na Educação Infantil.
O interesse pelo estudo sobre as
atividades lúdicas na educação infantil surgiu a partir do meu ingresso no
Curso de Pedagogia, além disso, eu trabalho na Educação Infantil e escolhi esse
tema porque vai me ajudar a exercer melhor o meu trabalho e me trazer novos
conhecimentos que eu poderei aplicar no
cotidiano, melhorando o aprendizado dos meus alunos.
A ludicidade é assunto que tem
conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil,
por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho
pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do
desenvolvimento.
Independentemente de época,
cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança,
pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos
onde a realidade e o faz-de-conta se confundem apesar de a história de antigas
civilizações mostrarem o contrário, fazendo o brincar se transformar em pecado.
Nas sociedades de mudanças
aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas,
pois é o individuo a unidade básica de mudança. A utilização de brincadeiras e
jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças
a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Esta pesquisa irá mostrar o quanto
o “lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no
desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e
futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, os professores
atuantes devem ter o conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e muitas
outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento
da criança.
Ao longo das minhas pesquisas, O que se tem
discutido é que, por meio das brincadeiras, é possível criar, imaginar, sonhar,
viver, fantasiar, aprender. Assim, com o auxilio dessas atividades é possível
ensinar diversos temas; sem ter que privar as crianças da infância que é uma
fase importante para o desenvolvimento biológico, psicológico e social do ser
humano.
O ato de brincar tem um
significado especial para as crianças, sendo a atividade que elas mais gostam
de fazer. Assim, a brincadeira é uma atividade que deve ser explorado,
sobretudo na educação infantil, já que pode contribuir de forma significativa
fazendo com que a aprendizagem aconteça de forma mais prazerosa. Desse modo,
para a elaboração deste trabalho, utilizei alguns referenciais teóricos que
foram fundamentais desde o início até a concretização da pesquisa, com destaque
as contribuições de, Kishimoto, Piaget, André Vygostisk e o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil dentre outros.
Para compreendermos melhor a
importância das brincadeiras na Educação Infantil é preciso levar em
consideração que nessa fase o objetivo deve ser educar a criança na alegria,
pois é logo desde cedo que se formam as bases da harmonia e o pleno equilíbrio
do caráter devem ser lançados na alma do homem e se aprendizagem já ocorrer de
modo formal corremos o risco de formarmos uma sociedade muito formal.
A atividade lúdica propicia a criança um
desenvolvimento por completo, uma vez que é: “[...] um recurso metodológico
capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. Estimula a crítica, a
criatividade, a socialização, sendo, portanto, reconhecidos como uma das
atividades mais significativa – senão a mais significativa – pelo seu conteúdo
pedagógico social.” (OLIVEIRA, 1985, p.74)
2
DESENVOLVIMENTO
O lúdico tem sua origem na
palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se achasse
confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao
brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como
traço fundamental de psicofisiologia do comportamento humano.
De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As
implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar
espontâneo. (ALMEIDA).
A educação infantil precisa
garantir às crianças o atendimento às suas necessidades de aprender e de
brincar e, para que isto aconteça, é necessário que haja um planejamento e um
acompanhamento contínuo de seu desenvolvimento.
A infância é um período marcante
na vida de cada indivíduo e, sabendo que nela tudo segue uma trajetória e esta
se desenvolve dentro do tempo estabelecido pelas leis naturais, observa-se
nessa fase um aspecto muito importante – a brincadeira – constituindo-se em um
eixo relevante para o desenvolvimento da criança. Então, não se pode falar de
Educação Infantil sem abordar a ludicidade.
Para refletir sobre esse tema,
faz-se necessário adentrar no universo infantil e perceber a visão de mundo que
os pequeninos têm quando se entregam as
mesmas. Partindo desse pressuposto, acredita-se que a inclusão da criança muito
cedo no ambiente escolar, necessita de uma variedade de ações para atender a esse público conhecedor dessa
arte dinâmica, que é o brincar. (Vygotsky,1989), coloca “que é muito grande a
influência do brinquedo para o desenvolvimento da criança”. Por isso, deve-se propiciar às crianças
momentos lúdicos mesclados às atividades intelectuais.
Um aspecto que precisa ser
trabalhado e bem desenvolvido nas
escolas é o trabalho em grupo. O trabalhar em grupo na fase escolar
contribui para socializar e favorecer as boas relações. De acordo com Piaget
(1998), “é de fundamental importância que as crianças relacionem-se umas com as
outras com jogos e brinquedos, para que, através desse inter-relacionamento,
elas construam o conhecimento”. Tal conhecimento, conforme Piaget (1998), “é
adquirido pela criação das relações no momento que elas brincam”.
A criança brinca e quando isso acontece, cria e inventa novas
situações. Sabendo-se que o valor dos jogos e brincadeiras é imprescindível e
que estimulam o desenvolvimento infantil, além de propiciar uma competição sadia,
salienta-se que um jogo ao ser proposto deverá instigar e desafiar as crianças
a superar obstáculos. Levando-se em consideração o estágio de desenvolvimento
em que a criança se encontra, a escola proporcionará um contexto educacional
significativo e prazeroso para elas.
2.1 BENEFÍCIOS DO BRINCAR PARA O
APRENDIZADO
O Referencial Curricular Nacional
para Educação Infantil destaca que: “A brincadeira favorece a autoestima das
crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma
criativa” (BRASIL). Nessa perspectiva, as Escolas de Educação Infantil de uma
forma geral, têm buscado introduzir as brincadeiras como meio de ensino e aprendizagem.
A proposta para Educação Infantil da escola
deve ser “utilizar jogos e materiais pedagógicos, com aulas diferenciadas por
meio de músicas, teatro, jogos pedagógicos, pinturas, materiais concretos tais
como: revistas, tampa de garrafas, massa de modelar dentre outros”. E ainda
“brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.
Conhecer algumas manifestações
culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente
as aulas valorizando as diversidades”. É o momento também de mediação que o
profissional da educação pode utilizar sugerindo assim uma boa brincadeira, que
contenham objetivos e regras pré-definidas. “O mediador deve respeitar o
interesse do aluno e trabalhar a partir de sua atividade espontânea, Ouvindo
suas dúvidas, formulando desafios à capacidade de adaptação infantil e
acompanhando seu processo de construção do conhecimento” (KISHIMOTO, 2009,
p.95).
As leituras nos demonstram que
Nessa fase, as crianças reúnem-se com outras crianças para brincar, mas agem,
ainda, sem observar regras, no jogo, todas ganham e todas perdem. No final acabam
sempre em brigas e agressões, nessa hora a participação e a postura do adulto
(pais e professores) são importantíssima para as crianças, e a partir daí se vê
a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento da criança.
Dessa forma, o professor precisa
estar atento para com as atitudes de cada criança, ao observá-las e, ao mesmo
tempo poderá aprender muito sobre elas a exemplo de seus conhecimentos de
mundo, seus mitos, seus temperamentos, suas necessidades, seus gostos, seus
sentimentos, bem como seus valores.
As crianças aprendem e o
professor também tem muito que aprender com as brincadeiras. Então, esse
recurso pode ser utilizado com mais freqüência nas atividades pedagógicas,
tendo em vista que o próprio PCN de Educação Infantil nos sugere a utilização
deste como forma de ensino e aprendizagem.
Segundo Freire, (1994, p. 75),
“[...] as crianças brincam, e com muita intensidade, em sua fase pré-escolar,
porém, sem a atenção adequada da escola para isso”. Uma vez que “através do
brinquedo, a criança inicia sua integração social. Aprende a conviver com os
outros, a situar-se frente ao mundo que a cerca. Ela se exercita brincando. E
no momento em que a criança está brincando o professor deve estar atento para
fazer intervenções, estabelecer regras, e chegar ao objetivo que é o
aprendizado dos mesmos.
2.2 ENCARAR O BRINCAR COMO ALGO
SÉRIO
A brincadeira na educação
infantil precisa ser encarada, principalmente pelos professores, como algo
sério.
As atividades lúdicas não podem
ser vistas, apenas como divertimento ou brincadeiras para gastar energia, mas
também por favorecerem o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e
moral e a aprendizagem das crianças, uma vez que brincar é uma atividade
indispensável ao desenvolvimento de uma criança.
Enquanto brinca a criança está se
exercitando física, social e emocionalmente, está crescendo em descobertas que
vai fazendo e nas experiências que vai adquirindo. Privar as crianças de viver
intensamente em favor de um treinamento mecânico com vistas a uma posterior
alfabetização, no caso da Educação Infantil, significa represar sua energia,
não aproveitar suas capacidades. Significa substituir a aprendizagem pelo
condicionamento. Significa podar-lhe a curiosidade e a sua abertura para a
exploração do meio ambiente.
Significa, enfim, impedi-la de ser o que é
criança e limitar seu vir a ser, pois, através do ato de brincar, ela vai
compondo uma infinita abertura de possibilidades que lhe permitirão desenvolver-se
integralmente como sujeito engajado no processo de construção de si mesmo.
(FREIRE, 1994, p.102).
2.3 ENSINAR ATRAVÉS DO QUE AS
CRIANÇAS MAIS GOSTAM
Faz-se necessário levar sempre em
consideração o fato de que a criança conhece e constrói as noções e os
conceitos à medida que agem, observa e relaciona os objetos do mundo físico. É
no decorrer das atividades realizadas que as crianças incorporam dados e
relações, e é enfrentando desafios e trocando informações umas com as outras e
com os adultos que elas desenvolvem seu pensamento.
É notório que nessa idade, a
brincadeira é a atividade mais importante para as crianças, e, certamente é a
atividade que elas mais gostam de fazer. A escola precisa explorar o máximo
este recurso, introduzindo diversos tipos de brincadeiras como meio de
aprendizagem. Essa pode acontecer por meio de contar histórias, utilizar-se de
leituras não verbais, ainda por meio de revistas em quadrinho bem como cantar,
dançar, pular, interpretar, inventar, produzir, ficar em silêncio para perceber
ruídos e identificar de onde vem, como e porque acontecem. São atividades que
precisam fazer parte do cotidiano das crianças, afinal esse é o momento mais
propício para brincar, sonhar, imaginar e se divertir.
Brincar faz bem á criança, pois é
parte do seu amadurecimento, e não pode ser negligenciado. Por outro lado, o
professor precisa ter a concepção de que na escola a criança não deve brincar
apenas por brincar. Para que isso não aconteça, o mediador precisa ter
pré-definido, quais os objetivos que pretende alcançar isso porque ao brincar,
as crianças aprendem a cooperar com os companheiros, a obedecer as regras do
jogo, a respeitar os direitos dos outros, a acatar autoridade, a assumir
responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas, a dar
oportunidade aos demais, enfim, a viver em sociedade.
Tal pensamento leva-nos a
compreender que a criança não brinca simplesmente para passar o tempo. É mais
que isso, pois nas brincadeiras ela se realiza, cria e recria situações
imaginárias que as levam a refletir sobre seu universo. Se o educador for um
bom observador, poderá, através das atividades lúdicas escolhidas
espontaneamente pela criança, descobrir fatores que contribuem de forma
significativa para seus atos pedagógicos.
Nesse sentido, “é no brincar que
a criança mostra que está interessada em algo. O adulto, observando o brincar
da criança, percebe qual é o interesse dela e a partir daí, ele cria o ambiente
para a educação.” (KISHIMOTO, 2009). Tal compreensão leva-nos a refletir a
respeito da importância de observar as crianças brincando, para perceber quais
são seus anseios, seus interesses, seus problemas e seus pensamentos, pois é no
brincar que ela reflete o seu eu, reproduz a sua vida e seus valores.
Nenhuma criança brinca
espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada por processos
íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da
criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que
devemos respeitar mesmo se não a entendemos.
Na pré-escola, as brincadeiras
fazem parte do cotidiano das crianças. Um objeto qualquer pode ser motivo para
uma nova brincadeira. Nessas brincadeiras, elas criam situações imaginárias que
contribuem para o seu desenvolvimento como todo. Os estudos de Kishimoto
mostram que: “[...] nem sempre se dá liberdade para a criança brincar a
vontade, a professora é que escolhe e direciona”. (KISHIMOTO,2009)
2.4 O EDUCADOR DEVE DAR OPÇÕES
PARA QUE ACRIANÇA ESCOLHA A BRINCADEIRA
As brincadeiras nem sempre são escolhidas pelas
crianças, e esse fator, de certa forma, as limita e as ajudam a permanecer num
mundo fechado, e restrito, uma vez que existem poucas descobertas, pois sabe-se
que brincando a criança ordena o mundo a sua volta assimilando experiências e
informações, e mais ainda, incorporando comportamentos e valores.
De acordo com alguns escritores é
através do brinquedo e do jogo que a criança consegue reproduzir e recriar o
meio a sua volta. Em outras palavras através do lúdico a criança consegue
encena a realidade do seu cotidiano, a partir daí será possível educar o aluno
partindo da sua realidade.
O fato é o de que se existe o
amparo, se as crianças podem aprender enquanto brincam e se divertem, se a
escola tem espaço e brinquedos para tal, se existe a concepção de que nessa
fase brincar é a atividade mais importante para o desenvolvimento da criança, e
é o que elas mais querem fazer, então percebo que é preciso colocar em prática
essas teorias, e fazer da escola o local mais alegre para as crianças.
Nesse processo é preciso que as
crianças brinquem, se interajam, escolham suas brincadeiras, tragam seus
brinquedos favoritos de casa, produzam novos brinquedos, aprendam umas com as
outras, cantem, pulem, rolem, tenham acesso a sala de informática, mídias,
livros, revistas, instrumentos musicais que podem ser produzidos por eles ou
não.
Nesse sentido entendemos que
educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho,
aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa
a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como
pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a
pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus
valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá
encontrar.
Educar é preparar para a vida. (KAMI, 1991)
fato é o de que se existe o amparo, se as crianças podem aprender enquanto
brincam e se divertem, se a escola tem espaço e brinquedos para tal, se existe
a concepção de que nessa fase brincar é a atividade mais importante para o
desenvolvimento da criança, e é o que elas mais querem fazer, então percebo que
é preciso colocar em prática essas teorias, e fazer da escola o local mais
alegre para as crianças.
Nesse processo é preciso que as
crianças brinquem, se interajam, escolham suas brincadeiras, tragam seus
brinquedos favoritos de casa, produzam novos brinquedos, aprendam umas com as
outras, cantem, pulem, rolem, tenham acesso a sala de informática, mídias,
livros, revistas, instrumentos musicais que podem ser produzidos por eles ou
não.
Assim, o brincar permite a
comunicação, ação, exploração e meio de aprender a viver. Por meio das
brincadeiras as crianças adquirem conhecimento de si e do mundo a sua volta,
criam relações, aprimoram suas idéias e contribuem de forma significativa para
sua ação dentro da cultura onde se encontra inserido, sendo uma das formas
encontradas por ela de se sentir inserida na sociedade.
A brincadeira permite a
oportunidade de aprender novas habilidades. O brincar com outras crianças,
possibilita lidar com seus sentimentos e resolver seus conflitos, auxiliando no
processo de comunicação e no desenvolvimento integral.
Portanto, a criança precisa
brincar, para interagir e aprender, ou seja, realizar novas descobertas que
contribuem para a formação integral do indivíduo. Dessa forma, as brincadeiras
podem ser um meio de se ensinar na educação infantil, pois possibilita o
desenvolvimento de exercícios necessários e úteis à vida.e a criança terá maior
interesse em aprender se o educador possibilitar a mesma a oportunidade de
aprender de maneira descontraída, tornando prazeroso o momento de aprendizagem.
Parece ser indispensável no processo ensino
aprendizagem, que tem uma perspectiva de divertimento e de prazer no ato de
aprender. Porque para a criança brincar, não precisa insistir. Criança brinca
porque gosta, porque lhe dá prazer, porque brincar é sinônimo de criança.
Assim,“[...] no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz
o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer”
(Vygostisky, 1998).
2.5 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA
APRENDIZAGEM E PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
O Lúdico apresenta valores
específicos para todas as fases da vida humana. Segundo PIAGET, o
desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para
crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo. Assim, na idade
infantil deve-se usar o lúdico especialmente para aprendizagem pedagógica, ou
seja, permitir que a criança aprenda brincando, Através de brincadeiras
dirigidas.
A criança e mesmo o jovem opõe
uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica,
não é prazerosa. É uma verdade que o brinquedo é apenas um suporte do jogo, do
brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é verdade, também, que
sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica, porque é ele
que permite simular situações.
A ludicidade, tão importante para
a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e
educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o
direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com
as pessoas e com os objetos, é o momento de a criança liberar a imaginação,
criar, representar, construir novas aprendizagens.
O lúdico possibilita o estudo da
relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a
importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica
e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações
lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento
físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando com os
colegas que estão participando do mesmo jogo ou das mesmas atividades lúdicas.
A convivência de forma lúdica e
prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações
cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais
produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis
a essa prática.
Quando a criança aprende
brincando ela tem mais possibilidades de se desenvolver mais e melhor, pois
esse aprendizado ocorre de forma espontânea e prazerosa e devido a criança está
fazendo algo que gosta essa aprendizagem se torna mais significativa e ela
constrói um aprendizado que jamais irá esquecê-lo.
2.6 ALGUMAS RAZÕES PELAS QUAIS OS EDUCADORES
DEVEM UTILIZAR O LÚDICO NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM
A ludicidade é uma atividade que
tem valor educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela
tem sido utilizada como recurso pedagógico. Várias são as razões que levam os
educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no
processo de ensino-aprendizagem, vejamos algumas:
• O lúdico apresenta dois
elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é
considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma
intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento
emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar
um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da
qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco,
canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu
objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem
um esforço voluntário;
• As situações lúdicas mobilizam
esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e
ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o
pensamento.
Em geral, o elemento que separa
um jogo pedagógico de outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolve-se o
jogo pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa,
estimular a construção de novo conhecimento e principalmente despertar o
desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma
aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a
compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e
que o ajude a construir conexões.
No entanto, a partir das
contribuições dos diversos teóricos no desenvolvimento desse trabalho,
compreende-se a importância de se trabalhar o lúdico na Educação Infantil. Tais
atividades devem ser mais exploradas por professores e alunos.
Para tanto, necessário se faz
colocar em prática as teorias, compreendendo o contexto histórico e cultural do
qual fazemos parte. Importante também é de considerar que para a criança, não
importa o seu contexto histórico ou a cultura em qual se encontra inserida uma
vez que ela brinca a sua maneira, mas brinca.
2.7 AO BRINCAR A CRIANÇA PRENDE
MUITO MAIS DO QUE AO FAZER ATIVIDADES
ESCOLARES FORMAIS
Piaget (1998) forneceu um importante
estudo sobre o desenvolvimento das crianças na educação com base na ludicidade.
Segundo ele, os jogos são essenciais na vida dos pequeninos.
Conforme Piaget (1998), “de
início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma
determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos”. O
sucesso na educação depende da relação estabelecida entre as atividades
instintivas da criança, interesses e experiências sociais.
Estudos feitos por psicólogos e
pedagogos ao longo do tempo concluem que todas as crianças passam por determinados estágios de desenvolvimento, que
cada uma delas apresenta seu próprio ritmo de aprendizagem em cada estágio e
que suas capacidades condicionam-se por fatores sócio-econômicos, afetivos e
cognitivos.
O sucesso escolar, sem dúvida,
associa-se ao desenvolvimento integral do aluno enquanto indivíduo. Diante
disso, estudiosos apontam os jogos e brincadeiras como um recurso
fundamental para educar e desenvolver a
criança. Froebel acreditava que as crianças aprendiam por meio de brincar, mas
tal atividade só se caracterizava como educativa se fosse supervisionada.
O ambiente criado para a criança desenvolver suas
atividades lúdicas deverá propiciar à socialização, visando o desenvolvimento
de atividades que possibilitem o lúdico individual e coletivo, permitindo-lhe
construir o próprio conhecimento, por meio da criatividade, do estímulo. Os jogos e brinquedos são partes integrantes
na proposta educativa do currículo da educação infantil, uma vez que propiciam
o desenvolvimento e a aquisição de conhecimentos.
O brinquedo tem um papel muito
importante na estimulação da inteligência e na formação do caráter das
crianças. Brincar é uma atividade muito mais séria do que pode parecer. O
desafio contido nas situações lúdicas estimula o pensamento e a criatividade,
nutrindo assim a vida interior da criança. Através do brinquedo ela conhece e
ressignifica o mundo ao seu redor (CUNHA, 2004).
Piaget (1998) e Vygotsky (1989)
desenvolveram estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento que auxiliam a compreensão e norteiam o
trabalho de educadores na educação infantil.
Segundo Vygotsky (1989), “o desenvolvimento é um processo de
internalização de modos culturais de pensar e agir”.
Esse processo, segundo ele, “inicia-se nas relações sociais, em que os
adultos ou crianças mais experientes, por meio da linguagem, do jogo,
compartilham com a criança seus sistemas de pensamento e ação”. Conforme Kishimoto
(2002), “o brincar também contribui para a aprendizagem da linguagem. A
utilização combinatória da linguagem funciona como instrumento de pensamento e
ação”.
Embora se reconheça que a
brincadeira tem sido uma âncora no desenvolvimento infantil, em alguns casos,
educadores e famílias ainda a descrevem
como perda de tempo. Diante disso, o lúdico, em alguns momentos, restringe-se
aos momentos recreativos. Kishimoto (2002) Coloca que “a conduta lúdica, ao
minimizar as conseqüências da ação, contribui para a exploração e a flexibilidade
do ser que brinca, incorporando a característica que alguns autores pontuam
como futilidade, um ato sem conseqüência”. Pode-se dizer que através do lúdico
criança aprende de modo não tradicional, ainda que seja os conteúdos formais.
Que aprendizado significativo à
criança pode adquirir com o brinquedo? Vários aprendizados. Para Ausubel
(1980), o mais importante é a aprendizagem cognitiva, isto é, quando os
conteúdos se integram e são aprendidos e ordenados, formando uma estrutura
cognitiva, estrutura essa que representa
todas as informações que o sujeito armazena,
ocasionando o conhecimento.
Quando uma pessoa já detém um
conhecimento sobre algo aprendido anteriormente e passa a assimilar novas
informações, essas novas informações serão assimiladas e armazenadas
na estrutura cognitiva que o indivíduo já havia adquirido.Essas funções
de informações prévias adquiridas e a assimilação dos novos dados que se
interagem numa evolução de informações,
interrelacionam-se proporcionando
a aprendizagem significativa.
Mas, para que ocorra essa
aprendizagem, faz-se necessário que os conteúdos e materiais utilizados estejam
na proporção do nível de desenvolvimento que as crianças se encontram, para que
não ocorra de se oferecer mais informações do que elas possam assimilar.
Partindo desse princípio, a atividade e situação proposta pela escola devem
contemplar e favorecer a descoberta, a construção do conhecimento e à exploração, para que esta possibilite à
criança um contexto educacional significativo, livre e prazeroso.
3 CONCLUSÃO
Com este estudo pode-se concluir
que, quando a criança brinca, alcança um maior espaço nas atividades
desenvolvidas em sala de aula desde que o brincar seja dirigido e que
atividades não se apóiem no brincar livremente, o que é insuficiente e
insatisfatório para o desenvolvimento de qualquer atividade programada em sala
de aula.
No entanto, salienta-se que não
basta dar às crianças o direito de brincar. Não basta apenas ampliar o seu
tempo no pátio ou aumentar os estoques de brinquedos na sala. É preciso
despertar e manter seu desejo pelo brincar. O que implica numa nova postura de
pais e educadores diante da brincadeira e do espaço em que ela acontece.
É necessário que os educadores
infantis realizem um trabalho extenso para informar à sociedade que o “brincar”
não é uma perda de tempo, mas um processo pelo qual a criança deve passar.
É uma pena que no município em que eu trabalho
essa realidade de ensinar de forma
lúdica esteja ainda distante. O que se vê é muita teoria, mas a prática é bem
diferente, na verdade as escolas de Educação Infantil trabalham conteúdos
formais visando uma alfabetização até o infantil III, que são as crianças de
seis anos. Em nossa realidade os pais das crianças tratam a educação infantil
como o ensino fundamental e infelizmente não entendem que o aprendizado das
crianças acontece aos poucos e de forma menos rigorosa.
Esta pesquisa contribuiu muito
para o meu aprendizado, pois adquiri muitos conhecimentos técnicos e a partir
de agora terei mais confiança em minha prática pedagógica com os meus pequenos
em sala de aula. Através desta pesquisa constatei o quanto é importante
priorizar o brincar, a conversa, a literatura, a arte, e que tudo isso
possibilita e expressão de sentimentos, trocas significativas de aprendizagens
e exclui os conteúdos onde o professor é o transmissor formal e as crianças são
receptadoras passivas.
Portanto de acordo com as
pesquisas bibliográficas que realizei ao longo do desenvolvimento desta
disciplina, concluí que espera-se que os espaços escolares de educação infantil
transformem as salas de educação infantil tradicional em lugares prazerosos,
cheios de desafios, emoções e descobertas, sobre os quais as crianças possam
dizer:“Como é bom estar aqui, amanhã quero voltar!”.
E só a partir dessa transformação
estaremos educando os pequenos de forma prazerosa onde os mesmos estarão na
sala de aula porque gostam e querem estar lá pra construir e transmitir novos
aprendizados e não por serem obrigados pelos seus responsáveis a irem para a
escola como uma obrigação que os mesmos tem a cumprir.
4 REFEÊNCIAS
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A
formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O
papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
KAMI, Constance. Piaget para
educação pré-escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
FREIRE, João Batista. Educação de
corpo inteiro. São Paulo. Scipione, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do
oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
PIAGET, J. A psicologia da
criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.